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22 12 RDT Rápido barato e perigoso NoticiaUma pesquisa inédita do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ revelou que 97% dos entrevistados utilizam motocicletas para se deslocar no dia a dia, seja em veículo próprio, por aplicativo ou mototáxi. O estudo foi realizado com 2.616 pessoas em 22 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, entre os meses de junho e agosto deste ano, e mostra o peso da rapidez nas escolhas de mobilidade urbana, mesmo diante dos riscos envolvidos.

 

Segundo os resultados, o menor tempo de viagem é o principal motivo que leva a população a optar pela moto. Para muitos, esse modal oferece uma alternativa ao trânsito pesado e à lentidão dos transportes coletivos, principalmente em trajetos diários entre casa, trabalho, estudo ou compromissos pessoais.

 

A pesquisa também indica que 78% dos entrevistados afirmaram que migrariam para o transporte público se os deslocamentos fossem mais rápidos e eficientes ressaltando a importância de melhorias na oferta e no desempenho dos ônibus e demais modais coletivos.

 

Os riscos e desafios da mobilidade sobre duas rodas

Apesar da popularidade, os riscos associados ao uso da motocicleta são evidentes. A maioria dos usuários reconhece que pilotar ou viajar de moto pode ser perigoso fato que especialistas e autoridades de trânsito têm destacado, em meio a dados que apontam aumento nos acidentes envolvendo motociclistas em todo o estado.

 

Dados de outras fontes mostram que o número de acidentes com motos no Rio de Janeiro tem crescido, com milhares de atendimentos hospitalares registrados ao longo de 2025. Em média, unidades de saúde atendem dezenas de vítimas de acidentes de moto por dia, pressionando a rede pública e privada de atendimento.

 

Impactos da infraestrutura e alternativas para o futuro

O estudo destaca que as deficiências no transporte público como longos tempos de espera, lotação, falhas de integração e custo influenciam diretamente a preferência pelo modal individual. Melhorias na infraestrutura de transporte coletivo, como corredores exclusivos para ônibus, ajuste de rotas e maior frequência, podem aliviar parte dessa demanda por motorização individual e tornar os deslocamentos mais seguros e eficientes.

 

Especialistas ouvidos apontam que o cenário atual reflete desafios maiores da mobilidade urbana: além da rapidez e do custo, a sensação de segurança e previsibilidade dos deslocamentos é decisiva para a escolha modal. Investimentos em infraestrutura, fiscalização e políticas públicas integradas são vistos como essenciais para reduzir a dependência de motos e melhorar a segurança no trânsito da região.

 

Fonte: O Globo

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